Dia 6 - O meu carro é a minha casa

O dia de hoje tinha já sido antecipado como um dos mais difíceis e cansativos do programa do Lisboa/Moscovo powered by Grupótico. Passagem de fronteira entre a República Checa e a Polónia, ligação efectuada apenas em estradas nacionais e cerca de 740 quilómetros a “abater” no conta-quilómetros do Mini (que atingiu os 30 mil a poucos metros do nosso hotel). No total, já só faltam 1200 quilómetros para estarmos na Praça Vermelha (com direito a RTP, mas sibre isso falaremos depois).

No final, se a mecânica do nosso fiel amigo (este sem espinhas ou barbatanas...) não esteve na ordem do dia, já a resistência a bordo foi analisada com o passar dos quilómetros. Arrancamos de Praga precisamente às 7h20 e estacionámos o carro no Parking do hotel em Varsóvia... precisamente às 7h20 da tarde (“7h20 da tarde ou 19h20?!”, como diria o Gato Fedorento)! Ou seja, foram 12 horas praticamente ininterruptas a bordo do Mini, já que parámos 150 quilómetros depois de arrancarmos para colocar combustível e comprar algo para comer para o almoço. Com um depósito, o Mini fez cerca de 540 quilómetros. De facto, do Mini, não nos podemos queixar.

Já das pernas... Tanto tempo dentro do carro fez com que a noite dormida em Varsóvia fosse uma das mais ansiadas da viagem! Com a (desagradável) surpresa de não termos acesso à Internet ou a cartões pré-pagos como até então, a actualização do VOSSO blogue ficou para as primeiras horas do dia de hoje. Mas se o corpo apresentou algumas queixas no “final do jogo”, já o espírito dos participantes saiu reforçado. A navegação do Paulo e a obrigatória e permanente atenção à estrada da minha parte fizeram com que chegássemos um pouco mais perto do nosso objectivo.

Uma vez em Varsóvia, o restaurante Portucale (o único na Polónia) foi local de encontro promovido pelo ICEP e aí foi possível falar português, comer português e matar algumas das saudades que trazemos. O ipod do Paulo “carregadinho” de fados e canções nacionais também ajudou a que o sexto dia passasse um pouco mais depressa. Não podíamos pedir isso ao Mini...

E agora, o desafio: entrar na Bielorússia! Na fronteira, as autoridades falam apenas duas línguas, russo e russo, pelo que as mãos e imaginação terão que estar afinadas para explicar que aquilo que levamos na mala “NÃO-É-UM-SACO-PARA-ESCONDER-O-PRODUTO-DO-ROUBO-MAS-SIM-A-CAPA-DO-CARRO-QUE-AINDA-NÃO-SECOU-DESDE-BARCELONA!”. A quilometragem não assusta (pouco mais de 500 quilómetros), mas trata-se de uma realidade nova, uma cultura diferente e só espero que a simpatia lusa encontre eco nos habitantes das aldeias por onde passarmos.

Assim, esta noite, vamos tentar actualizar o blogue, tendo em conta as esperadas dificuldades a este nível quando chegarmos a Minsk. Obrigado pelas mensagens de felicitações e empenho que temos recebido. Ah! Já agora... Coisa feia o ciúme, não é Diogo?! ;)